Em termos de enquadramento territorial a Zona de Intervenção (ZI) da ADL integra-se totalmente na Sub-região Alentejo Litoral (NUT’s III), que corresponde aos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, ocupando uma área total de 5 303 km2 e uma população de 96 442 habitantes distribuídos por 31 freguesias.
Enquadramento territorial na Europa
A situação geográfica do Alentejo Litoral num contexto Europeu situa-se na periferia Sudoeste da Europa, na extensa faixa Atlântica, mas com fortes influencias Mediterrânicas, o que lhe confere uma especificidade tanto ao nível climático, com condições amenas ao longo de todo o ano, como ao nível da diversidade cultural e paisagístico (Figura 1).
Enquadramento territorial a nível Nacional
O território de intervenção da ADL, apesar de se localizar na faixa costeira, constitui um enclave entre o modelo de litoralização vigente em toda a faixa litoral de Norte a Sul de Portugal associado ao forte desenvolvimento urbanístico e populacional. A posição de encaixe entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve, torna-o um território, por um lado, com factores muito atractivos em termos de acessibilidades e, por outro lado, concilia simultaneamente características de ruralidade e preservação com alguns riscos associados à pressão litoral (Figura 2).

Sub-regiao Alentejo Litoral
O Litoral Alentejano com toda a sua complexidade, estende-se desde o extremo mais setentrional da Península de Tróia (concelho de Grândola), passando por Santiago do Cacém, Sines até Odemira, numa extensão entre a faixa costeira e a planície alentejana (Figura 3).
Os territórios rurais do Litoral Alentejano compõem uma sub-região de particular riqueza, num compromisso singular entre recursos litorais de excelência ambiental e paisagens rurais relativamente humanizadas.
Os elementos de caracterização física evidenciam a riqueza dos valores naturais da fauna e da flora, das albufeiras e espelhos de água, das diversas áreas classificadas, da extensa frente mar, mas também a riqueza dos solos e das condições edafo-climáticas que fertilizadas por importantes perímetros de rega, estão na origem de actividades agrícolas com níveis de produtividade elevados, alimentando historicamente actividades agro-transformadoras, entretanto, objecto de processos de reestruturação produtiva.

As potencialidades da ZI baseiam-se essencialmente naquilo que o território oferece em termos físicos e no que faz parte da cultura das populações. O território oferece várias potencialidades económicas na área dos sistemas agro-silvo-pastoris, no entanto o comércio e os serviços tem vindo a ganhar peso na economia regional, como resultado do aumento da actividade turística nas freguesias situadas junto ao litoral.
A posição geográfica da sub-região com acessibilidades aos principais eixos de transportes possibilita a sua inserção no espaço nacional, nomeadamente pela proximidade da Área Metropolitana de Lisboa e pelos eixos Lisboa-Madrid, Lisboa-Algarve. Esta inserção favorável poderá também ser reforçada pela estruturação de estratégias de cooperação transnacional, com outros territórios que contribuam para a criação de novas relações ao nível das comunicações, das redes viárias e ferroviárias e dos circuitos turísticos.
O território apresenta uma extensa faixa costeira com praias de enorme qualidade ambiental, e na faixa serrana interior apresenta grandes áreas com montado de sobro com toda a biodiversidade associada a estes ecossistemas.

Área Conjunto de 5 concelhos | 5 303 Km² |
População 2011 | 97.925 |
Inserção Territorial | Encaixado entre a Área Metropolitana de Lisboa e o Algarve |
Conjunto de Áreas Protegidas e Classificadas |
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Actividades Agro-silvo pastoris | Inserido em três Perímetros de Rega ligados a Barragens
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Áreas Protegidas e Sítios Classificados na Rede Natura 2000
O resultado da posição geográfica da ZI, a diversidade de paisagens e a reduzida pressão humana faz com que esta área albergue um património natural de elevado interesse, cujos objectivos de conservação e valorização estão subjacentes à justificação de criação de um elevado número de Áreas Protegidas e Sítios Classificados na Rede natura 2000 (figura 5).
Em termos de Áreas Protegidas a ZI dispõe de duas Reservas Naturais: do Estuário Sado (RNES) e das Lagoas de Santo André e da Sancha (RNLSAS); e de um Parque Natural: Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), com áreas importantes dedicadas às actividades agro-silvo-pastoris (montado de sobro), com potencial no sector cinegético e com produtos de qualidade.

O PNSACV corresponde a uma zona de interface mar-terra, que lhe imprime uma especificidade própria, com uma grande variedade de habitats responsáveis pela riqueza de espécies faunísticas e florísticas, considerada, pelo menos até à data, um das faixas costeiras mais bem conservada da Europa.
Na faixa costeira em virtude do movimento das dunas, a rede hidrográfica apresenta várias lagoas costeiras, constituindo-se nos seus espaços envolventes áreas protegidas, como a RNLSAS.
A linha de costa caracteriza-se também pela existência de estuários e sapais, importantes áreas do ponto de vista faunístico, constituídos por um conjunto complexo de características físicas e químicas que fazem deles os ecossistemas costeiros mais ricos, como é exemplo a RNES, que possui um grande número de espécies protegidas associadas aos diversos biótopos terrestres como as salinas, arrozais, sobreirais e pinhais.
Existem 3 Sítios integrados na Rede Natura 2000
Sitio do Estuário do Sado – que compreende parte dos municípios de Alcácer do Sal e Grândola. O sítio do Estuário do Sado é uma zona húmida de importância internacional, com uma notável diversidade paisagística, em boa medida suportada por actividades agro-silvopastoris de baixa densidade, torna-se um importante local para espécies típicas de sapal, com uma grande quantidade de espécies endémicas e salienta-se ainda a existência de comunidades dunares ricas em espécies prioritárias.
Sitio Comporta-Galé – abrange os municípios de Grândola, Santiago do Cacém e Sines. O sítio Comporta / Galé é constituído por duas unidades paisagísticas: uma planície costeira formada por areias plistocénicas, cujo o coberto vegetal é predominantemente constituído por coníferas; e uma faixa costeira constituída por um extenso cordão dunar formando dunas
primárias bem desenvolvidas e estabilizadas, incluindo lagoas costeiras (Lagoas da Sancha e de Santo André) e complexos de charcos intradunares. É considerado um sítio importante para a flora típica dos complexos dunares e contêm zonas muito importantes para a avifauna durante a migração.
Sitio Costa Sudoeste – abrange os municípios de Sines e Odemira. O sítio da Costa Sudoeste estende-se pelo litoral, abrange uma extensa faixa costeira virada ao oceano atlântico. Corresponde a uma faixa de interface mar-terra, que lhe imprime uma especificidade própria com uma grande variedade de habitats responsáveis pela riqueza de espécies faunísticas e florísticas.